quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

E-mail para Maíra Vergotti

(em 20 de janeiro de 2010)

Má!

Que legal seu relato, me faz lembrar que a experiência existe de maneira tão bacana na escrita.

Cara, eu fiquei muito impressionada com o tamanho das mochilas que vcs carregaram para subir montanhas, 20-30kg! Meu deus, eu mal aguentei carregar minha pequena mochilinha pelas andanças nos Andes urbanos....

Pensei muito em vcs enquanto eu estava na Bolívia, na especialidade de vcs em lugares ermos, fiquei a fim de um estágio! Esse ano vou dar um upgrade na minha resistência física, e daí eu tento subir alguma coisa com vcs no fim do ano: vc deixa?? rs...

Bom, as coisas aqui em Campinas andam nas mesmas, tudo igual e dias lindos de férias de verão. Eu estou às voltas com um relatório científico para a fapesp, mas para falar a verdade, eu fiquei bastante impressionada com os xamãs urbanos que encontrei por La Paz, e mais ainda com um lance que usamos e descobrimos por lá, o cacto San Pedro, que é pura mescalina, usada demais pelo pessoal índio por lá.

Resultado: não páro de ler coisas incríveis sobre xamanismo (inclusive um artigo fascinante da Manuela Carneiro da Cunha que descobri ontem, sobre a ascensão do xamanismo urbano em situações de dominação), e tô tentada a dar um tempo, depois desse mestrado, nesses ares andinos, conviver um pouco com essa galera e depois ver se dá para fazer alguma coisa com isso na antropologia.

Bom, toda essa empolgação novidadeira está acabando com o meu tezão em estudar religião. O saco é ter que fazer um relatório sem ter feito campo algum. Por outro lado, estou empolgada em retornar meu tema para estudar o povo da rua, ou melhor, enfocar a etnografia na assistência que rola na rua: tive uma experiência louquíssima na cracolândia da Luz, que me suscitou umas revisões da proposta que eu tinha de estudar os toqueiros...

Mas sei lá, parece que eu tô cada vez mais certa de que queria estudar algum lance relacionado com uso de psicoativos, alteração dos estados de consciência, a la Castaneda, de preferência em algum povo exótico que faça uso de plantas alucinógenas em uma relação predatória, estética e fundamental.

Estou com muita saudade de conversar com vcs, ao vivo, que eu adoro.

Divirtam-se pelas neves aí!

bjos,
Fly,

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