terça-feira, 26 de maio de 2009

Ser afetada. Être Affecté.

“[...] ocupar tal lugar no sistema de feitiçaria não me informa nada sobre os afetos do outro; ocupar tal lugar afeta-me, quer dizer, mobiliza e modifica meu próprio estoque de imagens, sem contudo instruir-me sobre aqueles dos meus parceiros”. (FAVRET-SAADA, 2005, p. 159)

“Na verdade, eles exigiam de mim que eu experimentasse pessoalmente por minha própria conta – não por aquela da ciência – os efeitos reais dessa rede particular de comunicação humana em que consiste a feitiçaria. Dito de outra forma: eles queriam que aceitasse entrar nisso como parceira e que ali investisse os problemas da minha existência de então”.(FAVRET-SAADA, 2005, p.157)

"ter um diário muito circunstanciado dos eventos: durante o período do trabalho de campo, esta é uma assistência essencial, que permite suportar a experiência de despossessão de si (o primeiro momento lógico), e de se comportar menos estupidamente com as pessoas; após o período de campo, este é um documento precioso sobre o qual a análise poderá se apoia. [...] Este diário não é um espaço de recreação pessoal [...]: ele é uma ferramenta de trabalho, a inscrição de uma experiência [...], e seu assunto é a exploração de um sistema de lugares por um sujeito qualquer, o etnólogo, no caso”. (FAVRET-SAADA, 2004)





(FAVRET-SAADA, “Ser Afetado” – trad. Paula Siqueira. In: Cadernos de Campo, nº13. São Paulo: FFLCH/USP, 2005, p.155-161. p.159)

“Ser afetado” é um experienciar das mesmas forças que atravessam os nativos: não uma representação delas." - Ricardo Martins Freire.

domingo, 24 de maio de 2009

Liminaridade

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"...e quem está no alto deve experimentar o que significa estar embaixo." - Victor Turner, O Processo Ritual (p. 119).

domingo, 10 de maio de 2009

Etnografia

"Para desaguar em uma escrita etnográfica a própria pesquisa precisaria ser uma "pesquisa etnográfica" (seja de campo ou em arquivo, ou com outros meios. Seja utilizando-se parcialmente dados quantitativos). Mas, como torná-la uma "pesquisa etnográfica"?" - Suely Kofes.

(sobre se a etnografia é só escrita ( e se se trata de encontrar a narrativa adequada) a proposta de Suely é considerá-la como "pesquisa e escrita").