quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Candomblé vira caso de polícia

ILHÉUS – URGENTE

RACISMO – INTOLERÂNCIA RELIGIOSA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER – ABUSO DE AUTORIDADE-TORTURA

Sábado dia vinte e três de outubro de 2010, por volta das 14: 00 hora, um pelotão da Polícia Militar da Bahia, invadiu o assentamento D. Helder Câmara, em Ilhéus, levando a comunidade de trabalhadores e trabalhadoras rurais a viverem um momento de terror, tortura e violência racial.
Os fatos: Ao ser questionado pela coordenadora do assentamento e sacerdotisa (filha de Oxossi) Bernadete Souza, sobre a ilegalidade da presença do pelotão da polícia na área do assentamento, por ser este uma jurisdição do INCRA – Instituto Nacional e Colonização de Reforma Agrária e, portanto a polícia sem justificativa e sem mandato judicial não poderia estar ali. Menos ainda, enquadrando homens, mulheres e crianças, sob mira de metralhadoras, pistolas e fuzil, o que se constitui numa grave violação de direitos humanos. Diante deste questionamento, o comandante alegando “desacato a autoridade” autorizou que Bernadete fosse algemada para ser conduzida à delegacia. Neste momento o orixá Oxossi incorporou a sacerdotisa que algemada foi colocada e mantida pelos PMs Júlio Guedes e seu colega identificado como “Jesus”, num formigueiro onde foi atacada por milhares de formigas provocando graves lesões, enquanto os PMs gritavam que as formigas eram para “afastar satanás”. Quando os membros da comunidade tentaram se aproximar para socorrê-la um dos policiais apontou a pistola para cabeça da sacerdotisa, ameaçado que se alguém da comunidade se aproximasse ele atirava. Spray de pimenta foi atirado contra os trabalhadores. O desespero tomou conta da comunidade, crianças choravam, idosos passavam mal. Enquanto Bernadete (Oxossi) algemada, era arrastada pelos cabelos por quase 500 metros e em seguida jogada na viatura, os policiais numa clara demonstração de racismo e intolerância religiosa, gritavam “fora satanás”! Na delegacia da Polícia Civil para onde foi conduzida, Bernadete ainda incorporada bastante machucada foi colocada algemada em uma cela onde havia homens, enquanto policias riam e ironizavam que tinham chicote para afastar “satanás”, e que os Sem Terras fossem se queixar ao Governador e ao Presidente.
A delegacia foi trancada para impedir o acesso de pessoas solidarias a Bernadete, enquanto os policias regozijavam – se relatando aos presentes que lá no assentamento além dos ataques a Oxossi (incorporado em Bernadete) também empurraram Obaluaê manifestado em outro sacerdote atirando o mesmo nas maquinas de bombear água. Os policias militares registraram na delegacia que a manifestação dos orixás na sacerdotisa Bernadete se tratava de insanidade mental.
A comunidade D. Hélder Câmara exige Justiça e punição rigorosa aos culpados e conclama a todas as Organizações e pessoas comprometidas com a nossa causa.
Contra o racismo, contra a intolerância religiosa, contra a violência policial, contra a violência à mulher, pela reforma agrária e pela paz.
Projeto de Reforma Agrária D. Hélder Câmara
Ylê Axé Odé Omí Uá

domingo, 17 de outubro de 2010

Livro de Emerson da Sena Silveira

Carismáticos católicos em foco


SILVEIRA, Emerson J. Sena da. Corpo, emoção e rito: antropologia dos carismáticos católicos. Porto Alegre: Armazém Digital, 2008.


"Corpo, Emoção e Rito: Antropologia dos Carismáticos Católicos" traz um conjunto de idéias derivado do estudo do surgimento e desenvolvimento da Renovação Carismática Católica (RCC). A instauração ritual do carisma, da emoção e da espacialidade carismática são alguns dos temas trabalhados na publicação, que acompanha uma religiosidade que está entre as mais expressivas do panorama contemporâneo. O livro de Emerson Sena da Silveira é resultado de dez anos de pesquisa (1996-2006) em cursos de Especialização, Mestrado e Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.

A partir da leitura do conjunto de escritos do livro, percebe-se que as práticas carismáticas vivenciadas pelos fiéis, principalmente no que diz respeito ao fenômeno da cura, têm provocado polêmicas entre os católicos conservadores e também os de libertação, acusando-as de serem pseudo-psicoterapias ou alienadas, misticismo e prática new age ou esotérica disfarçada.

O livro cobre uma série de fenômenos e estruturas da RCC, desde sua inserção no mundo da política até sua presença na internet, a juventude, os grupos de oração etc. No capítulo "Estética e Salvação: subjetividade e "cuidado de si" no movimento carismático", a discussão do carisma e suas peculiaridades podem ser identificadas no fenômeno de cura interior e "batismo no Espírito".

A idéia de cura na RCC volta-se, na linguagem dos carismáticos, para um combate à "profanação", ao "mundo materialista". Sob uma perspectiva sociológica, trata-se da inserção das trajetórias individuais / familiares num "quadro" de construção de sentidos. Em outras palavras, as experiências vividas pelo sujeito como desagregadoras do sentido, da "harmonia interior e familiar", vividas como traumáticas, são reinterpretadas / reinseridas numa construção intersubjetiva que resolve a conflitividade inerente a essas situações.

Esses procedimentos levam os fiéis a um contato com o poder de Deus, desencadeado para combater aquilo que, para os carismáticos, seria a "profanação": dos corpos (prostituição, aborto); a dogmática (multiplicação de seitas, práticas esotéricas e as ligadas às religiões afro-brasileiras) e a psicossomática (as "doenças" corporais e especialmente as ligadas à psique, como as depressões e angústias). Essa sensação de "poder" atua como uma poderosa retórica na vida do adepto, permitindo que cultive atitudes como auto-estima, confiança, entre outras, em sua subjetividade.

Assim, no âmbito ritual, o dispositivo central é a revelação divina através do ministro de cura, o qual trabalha com a intersubjetividade, ou seja, emoção e memória se reúnem tornando-se humanas e sagradas. Humanização por conta da corporeidade (união de sentidos); e sacralização porque o Espírito Santo, na crença dos carismáticos, vem se apossar da humanidade e à medida que a revelação divina é acionada, esta propicia a sinergia entre corpo e subjetividade. As práticas de cura interior desenvolvidas pela Renovação Carismática Católica (RCC) trazem uma complexa tecnologia de reconstrução da memória autobiográfica (tecnologia mnemônica), estabelecendo uma interação com conteúdos de cunho coletivo e individual.

A tecnologia mnemônica, no movimento carismático, segundo o estudo, desenvolve no sujeito a expansão de sua interioridade, fazendo com que os mesmos reflitam e reconstituam em seu interior a sua trajetória de vida, fazendo uma grande circulação de emoções e de trabalho de produção da memória. Essa "tecnologia do eu" passa a se constituir numa mediação entre biografia individual, fragmentada entre memórias perdidas, e a grande narrativa da tradição religiosa.

No catolicismo tradicional, o corpo é o lugar da ascese, ou seja, aspiração às mais altas virtudes; do martírio e da batalha contra as paixões. As músicas, orações, práticas sacramentais seriam executadas a partir de uma determinada configuração: relembrar as verdades e a monumentalidade da fé católica. Assim, na RCC, o corpo, antes de ser "domado", é para ser habitado pelo "Espírito", para ser lócus de "alegria". Assim, ritmos diversificados, como samba e rock, penetram as "partituras" das composições de bandas surgidas dentro do movimento carismático e trazem para a subjetividade um horizonte de ressignificação da própria modernidade.

As orações organizam e tornam densas as experiências do sujeito, especialmente quando estas possuem um caráter disruptivo (traumas, medos, depressões, angústias, rancores), em outras palavras, quando não foram integradas numa ordenação que permita ao sujeito construir um sentido e um espaço de manifestação das mesmas. Quanto mais a oração concentra-se sob o aspecto da experiência afetual do sujeito, mais ela constrói o ambiente propício ao florescimento de uma "cultura de si". O fenômeno do "batismo do Espírito" estaria aí incluído.

Com foco nas performances dos rituais carismáticos, o livro procura compreender o sentido que os fiéis atribuíam a essas experiências com o "Espírito Santo" na direção da construção de suas subjetividades. A etnografia revela que os carismáticos, à sua maneira, aproximam o catolicismo da (pós) modernidade, ao embutir, no mesmo processo de significado, dimensões modernas (adesão individual, subjetividade), tradicionais (dogmas, estruturas holísticas, mitos de origem) e pós-modernas (emocionalidade, corporeidade)".

Texto preparado pelo autor do livro. Contato: emsena@terra.com.br

Imagem: editora Armazem Digital

O livro pode ser adquirido pelo site: http://www.armazemdigital.com.br/v2/ad.php?idmenu=5

sábado, 16 de outubro de 2010

Vegetarianismo e Aborto

Vegetarianos a favor do aborto comem carne de vitela?

Protestos no Brasil




No Brasil, a massa só protesta quando o assunto é futebol. E ainda assim, a torcida manda seus representantes protestarem, ou seja, a torcida organizada.
(Sobre os protestos da Fiel, torcida organizada do Corinthians, realizados ontem contra os jogadores).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Piadinhas de José Serra

"O fato de eu ter batalhado contra o hábito do cigarro não implica que eu seja contra a produção de tabaco,"

"O fato de que o cigarro faça mal não implica que vai acabar o consumo e que não se exporte. É uma atividade que gera empregos, que merece ser apoiada e vai ter meu apoio."

Frases de seu discurso em Pelotas, 13 de outubro de 2010.
Muito bem, Serra, dê o bom exemplo ao mundo: cuide da saúde dos paulistas e deixe os europeus e americanos morrerem de câncer! O que será que eles vão pensar quando ouvirem isso, hein?

Agora só estou esperando o senhor dizer: "O fato de eu ser contrário ao aborto não implica que a minha mulher não possa abortar."

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Jesus e a Blasfêmia

"Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo."- João 10:33




É bem interessante ver esse cara provar isso com os evangelhos tradicionais, eu já logo concordei com a afirmação dele porque no mesmo instante me lembrei do Atos de Pilatos, o Evangelho de Pilatos, que relata exatamente isso, a condenação por blasfêmia, por dizer que era o filho do Pai.

É preciso comer o tutano do forte

"Globalização é sinônimo de homogeneização e não de trans-culturação, que é a devoração do outro. É preciso comer o tutano do forte para ficar forte também." - Haroldo de Campos.

Apocalipse no Catolicismo: o mundo está sempre acabando

Desde quando eu tinha uns 12 anos, ouço dizer que o mundo vai acabar. Na minha época, a grande data era a virada do milênio, o ano 2000. Passada esta data, já marcaram outra: 2012. Bem, essa data está chegando, e se nada acontecer, como há 2000 anos nada acontece, uma nova data será marcada.

Vejamos qual é a brisa do Apocalipse para o Catolicismo:

Em 130 d.C. Justino, o Mártir acreditava que Deus estaria a atrasar o fim do mundo porque desejava que o Cristianismo se tornasse uma religião mundial. Por volta do Século III a maioria dos professos cristãos acreditava que o fim dos tempos ocorreria depois de suas mortes. Em 250 d.C. Cipriano, Bispo de Cartago, escreveu que os pecados dos cristãos eram um prelúdio e prova de que o fim dos tempos estava próximo. Alguns, recorrendo às Tradições Judaicas, fixaram o fim das eras na Sexta Idade do Mundo. Usando este sistema, o fim foi anunciado para 202 d.C. mas, quando esta data passou, foi fixada uma nova data. Na época de Clóvis I, considerado o fundador da França e que se converteu ao catolicismo após ser entronizado como rei em 481 d.C., alguns escritores católicos haviam apresentado a idéia de que o ano 500 d.C marcaria o fim do mundo. Depois de 500 d.C., a importância e a expectativa da vinda do fim do mundo ou das eras como parte dos fundamentos do Cristianismo foi marginalizada e gradualmente abandonada. Apesar disso, surgiu um temporário reavivamento dos temores relacionados com o fim dos tempos com a aproximação do milésimo ano do nascimento de Cristo. Muitos acreditavam na iminência do fim do mundo ao se aproximar o ano 1000. Segundo consta, as atividades artísticas e culturais nos mosteiros da Europa praticamente cessaram. Eric Russell observou no seu livro Astrology and Prediction: "'Em vista da proximidade do fim do mundo’ era uma expressão muito comum nos testamentos validados durante a segunda metade do Século X."

Para muitos católicos hoje em dia, expressões tais como "Juízo Final", "Dia do Juízo" ou "fim do mundo" suscitam visões dum ajuste de contas final e da destruição da Terra. Sob o cabeçalho "Fim do Mundo", o conceituado Dictionnaire de Théologie Catholique (Dicionário de Teologia Católica), declara: "A Igreja Católica crê e ensina que o mundo atual, assim como Deus o fez e assim como é, não durará para sempre. Todas as criaturas visíveis feitas por Deus no decorrer das eras[...] deixarão de existir e serão transformadas numa nova criação." Também, o católico Dictionary of Biblical Theology (Dicionário de Teologia Bíblica) exalta a criação como "a bondade de Deus", e, como "uma verdadeira obra de arte", mas prossegue descrevendo como os elementos literais, físicos, experimentarão uma "total inversão, mediante uma súbita volta ao caos".

O apocalipse é analisado por Foucault, quando vai perceber que em 1500 a grande moda era o medo do apocalipse, o que representou de fato uma mudança de eras, onde um outro paradigma estava sendo formado (o da Razão). Paul Rabinow recuperará esta idéia para mostrar como há apocalipse nos debates conflituosos entre religião e ciência no século XXI.

Surtos apocalípticos podem se manifestar por um mito bonzinho ou por um mito mal: o pessoal das 12 Tribos acredita no mito bonzinho, e está unindo pessoas e movimento para que o apocalipse chegue logo, já que a segunda vinda de Jesus é a salvação para todos os que tiverem no caminho certo. Já o pessoal da Crash, fala muito em Apocalipse para botar medo nas pessoas com o demônio, daí todo mundo se converte por medo do apocalipse leva-lo ao inferno.

Os bispos e seus chapéus ridículos

Missa de ordenação de um bispo: caramba, nunca vi tanto bispo junto! Juntos, com aqueles chapéus ridículos, em um momento da cerimônia onde eles tinham que andar prá lá e prá cá, pareciam um ritual macabro da ku kux klan. E eles também tem um cajado de ouro. Estranhamento total com o catolicismo hoje. Como eles matam todo o dia o Deus deles na cruz e depois ainda fazem questão de comê-lo?! Acho que entendi um pouco mais a teoria de Sacrifício do Marcel Mauss - no sentido de que o Sacrifício produz um alcance ao sagrado, a partir da descontinuidade. A coisa muda mesmo depois da transubstanciação: não sei se estou muito atingida pela teologia do Padre Roberto e dos vídeos que mostram a hóstia flutuando depois da consagração, mas eu realmente senti uma diferença no clima do lugar depois que o Sacrifício ocorreu! Mas foi sentindo isso (o que seria um sinal do meu compreendimento do nativo), eu senti maior ânsia de vômito com as hóstias, ao ver aquele povo se alimentando da carne do próprio Deus que eles mesmos mataram....

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eleições

não sei por que as pessoas reclamam tanto do tiririca ter ganhado... a TV Câmara terá o maior ibope da história, todo mundo vai querer acompanhar tudo!

Padre Pio

"A Igreja, que conhece a psicologia das massas, tinha imposto ao padre Pio severas restrições. Não lhe era permitido falar senão no confessionário, que, durante anos, foi o seu único campo de apostolado; já não podia pregar neme screver fosse o que fosse. Todas essas medidas pareciam excessivas e inúteis aos olhos de uns; mas é de espantar ver quantas almas encontraram o caminho de Deus graças a ele. A sua obediência aos superiores, nesta circunstânncia, produziu inúmeros frutos.

Se essas restrições não tivessem sido tomadas, já ele teria durante a vida conhecido uma espécie de canonização popular. Ora, o padre Pio tinha uma verdadeira aversão por tal exagero; aceitava com reconhecimento a proteção de sua humildade e recolhimento." - Ari Decorte, Padre Pio: testemunha privilegiada de Cristo Braga, Ediotiral A.O.
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Já em Luigi Peroni, Padre Pio: o São Francisco dos nossos tempos, padre Pio tem perseguidores, que são bispos que ele diz o nome; e outros pastores indignos que ficavam desconcertados com o cumprimento tão digno e espiritualizado do padre pio, em relação a eles. O padre pio os ofuscava. Seu apreço exagerado pela santa missa e pela adoração gerava um mal-estar entre os outros padres, que deviam se sentir menos.