domingo, 22 de dezembro de 2013

São Miguel e Apocalipse

São Miguel e Nova Terra seguem uma epistemologia apocalíptica. Ver ensaio de D. H. Lawrence, "Apocalipse", em que o autor sugere que o Apocalipse trata-se de uma visão cósmica. Não se trata mais de uma questão de profecia: trata-se de uma questão de visão. Para visionar o triunfo, fazia-se necessária uma visão global, do princípio ao fim. Para Lawrence, com o Apocalipse instaura-se o culto cósmico. A salvação da humanidade, aqui, trata-se de regresso ao cosmos: toda a narrativa de S. João consiste em ver arrasado de uma ponta a outra o universo ou cosmo conhecido para dar lugar a uma cidade celestial e a um infernal lago de enxofre. O Apocalipse, através de uma episteme cósmico-visionária, é a produção da Nova Terra, a Nova Jerusalém.

Ademais, o romântico e anti-materialista D. H. Lawrence é bastante citado pelos adeptos da Nova Terra. Lawrence queria escrever grandes livros que mostrassem a decadência da civilização ocidental e fazer o resgate do paganismo, do xamanismo, do sagrado ritual de ligação entre o homem e a natureza. Esta passagem, ainda não descobri a qual obra pertence:

"Os últimos três mil anos da humanidade foram uma excursão por ideais, pelo materialismo e pela tragédia; agora, a viagem chegou ao fim... Trata-se, praticamente, de uma questão de afinidade. Precisamos retomar nossa religação vívida e revigorante com o Cosmo... O caminho é pelo ritual da alvorada, do meio-dia e do pôr-do-sol, o ritual de acender o fogo e o da chuva, o ritual da primeira respiração e da ultima. Precisamos resgatar o caminho de saber em totalidade... A totalidade do corpo, das emoções, das paixões com a Terra, O Sol e as Estrelas." D. H. Lawrence

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