terça-feira, 12 de outubro de 2010

Apocalipse no Catolicismo: o mundo está sempre acabando

Desde quando eu tinha uns 12 anos, ouço dizer que o mundo vai acabar. Na minha época, a grande data era a virada do milênio, o ano 2000. Passada esta data, já marcaram outra: 2012. Bem, essa data está chegando, e se nada acontecer, como há 2000 anos nada acontece, uma nova data será marcada.

Vejamos qual é a brisa do Apocalipse para o Catolicismo:

Em 130 d.C. Justino, o Mártir acreditava que Deus estaria a atrasar o fim do mundo porque desejava que o Cristianismo se tornasse uma religião mundial. Por volta do Século III a maioria dos professos cristãos acreditava que o fim dos tempos ocorreria depois de suas mortes. Em 250 d.C. Cipriano, Bispo de Cartago, escreveu que os pecados dos cristãos eram um prelúdio e prova de que o fim dos tempos estava próximo. Alguns, recorrendo às Tradições Judaicas, fixaram o fim das eras na Sexta Idade do Mundo. Usando este sistema, o fim foi anunciado para 202 d.C. mas, quando esta data passou, foi fixada uma nova data. Na época de Clóvis I, considerado o fundador da França e que se converteu ao catolicismo após ser entronizado como rei em 481 d.C., alguns escritores católicos haviam apresentado a idéia de que o ano 500 d.C marcaria o fim do mundo. Depois de 500 d.C., a importância e a expectativa da vinda do fim do mundo ou das eras como parte dos fundamentos do Cristianismo foi marginalizada e gradualmente abandonada. Apesar disso, surgiu um temporário reavivamento dos temores relacionados com o fim dos tempos com a aproximação do milésimo ano do nascimento de Cristo. Muitos acreditavam na iminência do fim do mundo ao se aproximar o ano 1000. Segundo consta, as atividades artísticas e culturais nos mosteiros da Europa praticamente cessaram. Eric Russell observou no seu livro Astrology and Prediction: "'Em vista da proximidade do fim do mundo’ era uma expressão muito comum nos testamentos validados durante a segunda metade do Século X."

Para muitos católicos hoje em dia, expressões tais como "Juízo Final", "Dia do Juízo" ou "fim do mundo" suscitam visões dum ajuste de contas final e da destruição da Terra. Sob o cabeçalho "Fim do Mundo", o conceituado Dictionnaire de Théologie Catholique (Dicionário de Teologia Católica), declara: "A Igreja Católica crê e ensina que o mundo atual, assim como Deus o fez e assim como é, não durará para sempre. Todas as criaturas visíveis feitas por Deus no decorrer das eras[...] deixarão de existir e serão transformadas numa nova criação." Também, o católico Dictionary of Biblical Theology (Dicionário de Teologia Bíblica) exalta a criação como "a bondade de Deus", e, como "uma verdadeira obra de arte", mas prossegue descrevendo como os elementos literais, físicos, experimentarão uma "total inversão, mediante uma súbita volta ao caos".

O apocalipse é analisado por Foucault, quando vai perceber que em 1500 a grande moda era o medo do apocalipse, o que representou de fato uma mudança de eras, onde um outro paradigma estava sendo formado (o da Razão). Paul Rabinow recuperará esta idéia para mostrar como há apocalipse nos debates conflituosos entre religião e ciência no século XXI.

Surtos apocalípticos podem se manifestar por um mito bonzinho ou por um mito mal: o pessoal das 12 Tribos acredita no mito bonzinho, e está unindo pessoas e movimento para que o apocalipse chegue logo, já que a segunda vinda de Jesus é a salvação para todos os que tiverem no caminho certo. Já o pessoal da Crash, fala muito em Apocalipse para botar medo nas pessoas com o demônio, daí todo mundo se converte por medo do apocalipse leva-lo ao inferno.

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