sábado, 11 de dezembro de 2010

Impressões ao transcrever entrevistas com quilombolas




Entrevistas organizadas por professores, preocupados que estão em garantir a educação e a alfabetização naquelas comunidades. Esses professores estão vendo que o acesso à escola ali naqueles sítios sempre foi muito difícil, e vêem como a glória a inauguração de escolas no quintal das casas de comunidades com pouco menos de 300 pessoas cada. Em uma das falas, alguma professora importante para o projeto fica falando que eles precisam se identificar enquanto quilombolas, porque eles eram descendentes de escravos e isso faz deles uns excluídos sociais. Mas é muito louco como nas falas dos moradores de lá, não tem nada de escravo, as histórias são como as dos povo antigo que trabalhavam no sítio, como meus avós, tudo difícil, tudo longe, e eles ali no meio do mato. A lei para remanescentes de quilombo garante a eles o território (em cartório e tudo mais, a terra é deles, com a lei) e os acessos à educação, saúde e saneamento. Os intelectuais ficam dizendo como é importante e lindo isso, como isso é tipo um reconhecimento da liberdade dos negros, que sofreram tanto com a escravidão. Mas os moradores desse lugar que eu estou transcrevendo, eu percebo, eles querem ser reconhecidos como brasileiros, e não como ex-escravos. É certo que o acesso à educação empodera essas pessoas, esse povo da roça que, por ser analfabeto, é excluído nos trâmites que tentam fazer na cidade (comércio dos seus produtos e tudo mais). Mas essa lei de quilombola é, na minha opinião, pura armação do governo de esquerda que, em vez de fazer uma reforma agrária e reconhecer que todos, enquanto cidadãos brasileiros DEVEM ter acesso à terra, à saúde, à educação e ao saneamento, como garante a constituição, quer passar para os brasileiros que eles vão ter tudo isso por um RECONHECIMENTO ÉTNICO DE UMA CONDIÇÃO EX-ESCRAVA, de uma condição histórica. O Estado esquerdista quer que essas pessoas acreditem que eles merecer tudo isso POR SEU PASSADO HISTÓRICO, e não por SEUS DIREITOS DE CIDADÃOS. Não é a toa que muitos moradores sacam isso, esse pacote todo do projeto que o governo, junto com os intelectuais inventam, e desistem de serem quilombos para tentarem serem brasileiros. Querer ser brasileiro, querer se identificar com a nação, não é bem visto pelos intelectuais, que acham que os moradores devem se identificar ou com a África ou com a cultura local. Os intelectuais acham que os quilombos são a resistência, o tipo de luta que garante as benfeitorias do Estado pelas vias da identidade. Eu acho esse tipo de resistência via identidade é a maior furada. Por que, por eles serem descendentes de negros, ou ex-escravos, eles merecem a terra? TODOS MERECEM A TERRA. TODOS CIDADÃOS MERECEM A TERRA. Isso o Governo não quer que a gente pense. Quer que a gente, descendentes de imigrantes fudidos, só por sermos brancos, more em apartamentos minúsculos e não tenha terra nenhuma, e continue pagando impostos. O Governo, e esses intelectuais, não quer que a gente pense que terra, saúde e educação seja DIREITO de todos, , quer que pense que é merecimento de alguns, ou uma espécie de redenção pelo passado sofrido de uns.

Que é que o Estado quer? Que toda gente crie uma comunidade étnica para poder ter assegurado nosso direito à terra, à educação e à saúde e à água??? Porra, mano!! O Umberto tem razão, precisamos criar uma comunidade étnica se quisermos terra. Uma revolução florestal, de malucos plantando árvores e desbravando terras-de-ninguém. Descolonizar os colonizadores latifundiários da soja com argumentos étnicos e armas tribais: eis a "revolução possível" do momento.

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