Dos 70 reais que havíamos juntado com a venda do filtro dos sonhos e um trocado que havia sobrado de uma diária de garçom no bar, nos alimentamos de quinta-feira a sábado, quando entregamos os 30 reais restantes ao dono do barraco em que já estávamos devendo o aluguel hpa uma semana. Na segunda-feira, conseguimos uma cesta-básica da assistência social da cidade, e passamos a semana sem nenhum centavo, nos alimentando com os elementos daquela que chamávamos "providência de dilma": dois pacotes de açúcar, dois pacotes de café, duas latas de sardinha, quatro latas de carne em conserva, um quilo de arroz, dois quilos de feijão, dois pacotes de flocão de milho, dois pacotes de macarrão. Trocamos um saco de feijão por um pouco de ossada na vizinhança, e o saco de açúcar vendemos por dois reais para comprar um pouco de linguiça toscana.
Saíamos pelas ruas tentando vender algum artesanato, e só recebíamos "não" como resposta. Nenhum centavo, nenhuma moeda. Até que finalmente, descuidando da sacola onde guardávamos as pulseiras de miçanga e os brincos de macramê, fomos roubados.
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