“Na verdade, eles exigiam de mim que eu experimentasse pessoalmente por minha própria conta – não por aquela da ciência – os efeitos reais dessa rede particular de comunicação humana em que consiste a feitiçaria. Dito de outra forma: eles queriam que aceitasse entrar nisso como parceira e que ali investisse os problemas da minha existência de então”.(FAVRET-SAADA, 2005, p.157)
"ter um diário muito circunstanciado dos eventos: durante o período do trabalho de campo, esta é uma assistência essencial, que permite suportar a experiência de despossessão de si (o primeiro momento lógico), e de se comportar menos estupidamente com as pessoas; após o período de campo, este é um documento precioso sobre o qual a análise poderá se apoia. [...] Este diário não é um espaço de recreação pessoal [...]: ele é uma ferramenta de trabalho, a inscrição de uma experiência [...], e seu assunto é a exploração de um sistema de lugares por um sujeito qualquer, o etnólogo, no caso”. (FAVRET-SAADA, 2004)
(FAVRET-SAADA, “Ser Afetado” – trad. Paula Siqueira. In: Cadernos de Campo, nº13. São Paulo: FFLCH/USP, 2005, p.155-161. p.159)
“Ser afetado” é um experienciar das mesmas forças que atravessam os nativos: não uma representação delas." - Ricardo Martins Freire.