segunda-feira, 28 de março de 2011

Etnografia

"Melhor seria cerrar as cortinas, deixar as distrações do lado de fora, acender o abajur, abreviar a pesquisa (...)" - Virginia Woolf, Um teto todo seu

Em uma etnografia, é preciso que se prove não roçar simplesmente superfícies, mas mostrar que havia mergulhado o olhar até as profundezas.

domingo, 27 de março de 2011

O Contrato

O proletariado achou a vingança de
Short, mini-blusa, barriguinha de fora
Ela pisca, pisca, a ordem de comando
"Lá revolucion não demora!"


Garota, cujo namorado era saopaulino, vira saopaulina em troca de seu namorado entrar para seu partidéco (a saber, o pistú).

terça-feira, 22 de março de 2011

Os hippies sob a ótica da territorialização/desterritorialização

O nômade move-se nos interstícios do corpo social, frequenta as fendas, as fraturas, os pontos de fuga e de ruptura; e ao mesmo tempo, antecipamos para desvanecer a imagem romântica, entra nas mais violentas suturas, reterritorializações, abolições, fascistizações. - parafraseando Néstor Perlongher (Territórios Marginais), que está parafraseando Duvignaud (Nomades et Vagabonds, Paris, 1975). O nômade é um transgressor em relação a ordem que transgride, mas é também um fascista, dentro do código interno que reterritorializa.

PAC, novas hidrelétricas e trabalhadores

21/03/2011 - 11:49 - Nota: Jirau de hoje pode ser Belo Monte, Tapajós e Teles Pires de amanhã

Esta semana, o canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, virou um campo de batalhas; depois um inferno em chamas; depois um deserto de cinzas e aço retorcido.

Jirau concentra todos os problemas possíveis: em ritmo descontrolado, trouxe à região o "desenvolvimento" da prostituição, do uso de drogas entre jovens pescadores e ribeirinhos, da especulação imobiliária, da elevação dos preços dos alimentos, das doenças sem atendimento, e de violências de todos os tipos.

Em Julho de 2010, as populações atingidas pela obra já protestavam contra o não cumprimento de condicionantes, desrespeito e irregularidades no processo de desapropriação/expulsão de suas áreas, fraudes nas indenizações, etc. Em outubro, mais de um ano após o início das obras, os ministérios públicos Federal e Estadual de Rondônia impetraram uma ação civil pública contra o Estado, o município de Porto Velho, a União, o Ibama, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Energia Sustentável do Brasil (ESBR, empresa responsável pelas obras), por descumprimento de condicionantes nas áreas de saúde, educação, transporte e segurança. Até hoje, 70% não saíram do papel.

Sobre as condições dos trabalhadores no canteiro de obras, em 2009 trinta e oito pessoas foram libertadas de trabalho análogo à escravidão em uma prestadora de serviço da usina. Em 2010, uma nova fiscalização em Jirau produziu 330 autos de infração por crimes trabalhistas. Nos distúrbios ocorridos esta semana, pipocaram denúncias contra a construtora Camargo Correia: maus tratos, irregularidades no pagamento, não-pagamento de horas extra, ameaças, etc. Foi o combustível que fez a bomba explodir.

Depois, o que se viu foram milhares de trabalhadores vagando perdidos, esfomeados, desamparados e desesperados, sem dinheiro, roupas, sem ter pra onde ir ou onde dormir. Por que? Porque mais de 70% dos barrageiros de Jirau são de outros estados, de acordo com a Assembléia Legislativa de RO. Os empregos prometidos para a região viraram fumaça.

Este mesmo "desenvolvimento" imposto ao rio Madeira ameaça agora as bacias do Xingu, do Tapajós e do Teles Pires no Pará e no Mato Grosso. O projeto de Belo Monte, o mais avançado nestes rios, segue com assustadora semelhança os passos de Jirau: licença de instalação parcial ilegal, autorizações de desmatamento, descumprimento acintoso das condicionantes, ameaças a ribeirinhos e pequenos agricultores para que vendam suas terras, desrespeito absoluto aos direitos constitucionais das populações indígenas, e migração acelerada e desordenada de trabalhadores de fora.

Em fevereiro, representantes das bacias do Madeira, Xingu, Tapajós e Teles Pires, que compõem a Aliança dos Rios da Amazônia, se reuniram com o governo, que prometeu abrir o diálogo com os movimentos. Nenhuma sinalização de que este diálogo realmente ocorrerá foi dada até agora, mais de um mês depois.

Nos solidarizamos profundamente com todos que sofreram e ainda sofrerão com as violências de Jirau. Nos solidarizamos com os trabalhadores, com as populações atingidas, com as populações das comunidades e das cidades da região.

Mas Jirau é um sinal de alerta ao governo – principal responsável, em última instância, por tudo que acontece nas obras do PAC – e seus empresários: as violações sistemáticas de direitos das populações mais cedo ou mais tarde levam à reação. Não ha desmandos que ficam impunes, nem ameaças que permaneçam sem respostas.

Aliança dos Rios da Amazônia

Movimento Xingu Vivo para Sempre

Aliança Tapajós Vivo

Movimento Rio Madeiro Vivo

Movimento Teles Pires Vivo

Fonte: movimento Xingu Vivo.

Fonte: CIMI>

domingo, 20 de março de 2011

Domingo Sangrento

No Iêmen, a população sai em praça pública para protestar contra o governo, e o governo atira nos manifestantes, matando 52 deles. Na Líbia, o governador não quer vender seu petróleo aos europeus e americanos, e os europeus e americanos invadem o país com caças, matando metade da população em apenas uma noite. No Brasil, a polícia prende um cacique tupinambá, também atira nos manifestantes que foram xingar o Obama em sua visita para comprar todo nosso petróleo. Somos tratados feito gado de pasto, trabalhamos para os porcos da grana até o dia do nosso abate.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Folha Universal

Muito tenho me impressionado com o jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus. Primeiro tinha me impressionado com a campanha que a Folha Universal estava fazendo pela Dilma Roussef. E agora, me impressiono com as reportagens de capa a favor do aborto. Há um discurso pela necessidade de planejamento familiar muito forte no argumento da Universal favorável ao aborto. E qual será a noção de mulher manejada aqui? Me impressiona, pelo fato de que sua adversária, a Igreja Católica, ser determinantemente contrária ao aborto, com um discurso de que o aborto é um assassinato.